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Um dos grandes desafios de professores e educadores é transformar os pilares da educação tradicional, rejuvenescendo, enriquecendo e aperfeiçoando a experiência pedagógica, sobretudo para crianças e jovens.
Nesse sentido, a cultura maker na educação surge como um sopro de esperança, proporcionando novas abordagens de ensino e de aprendizagem.
Neste artigo vamos entender o que significa o conceito de cultura maker e qual a sua utilidade na educação de crianças e adolescentes no país.
Vamos compreender os benefícios que essa nova abordagem pode trazer para o processo pedagógico e vamos também dar dicas de como aplicar no dia a dia de uma escola.
A cultura maker pode parecer estranha para quem nunca ouviu este termo antes, porém ela dialoga com duas idéias muito famosas e que todos nós conhecemos e sabemos dar o significado. E quais seriam estas ideias?
Faça você mesmo
Colocar a mão na massa.
Sim, a cultura maker parte desses dois conceitos e prega o conhecimento como resultado da experiência prática, da arte do fazer as coisas, da ideia de se colocar a mão na massa e deixar de lado, ao menos por um pequeno momento, das teorias e dos planejamentos de longo prazo.
O conceito de cultura maker então pode ser definido como aquele onde qualquer pessoa, que esteja com as ferramentas certas e que tenha algum conhecimento, consiga criar soluções próprias para os problemas que se apresentam, selam na sociedade, seja na sua casa, seja na escola.
A cultura maker na educação faz parte da última frase do parágrafo anterior. Ela abre espaço para que educadores, professores e alunos projetem soluções próprias para questões, problemas, reflexões e ideias surgidas no ambiente escolar, ou no universo da educação.
A cultura maker na educação nasce dessa reflexão de qual é o papel do professor e do aluno no processo pedagógico. O aluno existe só para absorver conhecimento e aprender de forma passiva através das aulas apresentadas por professores?
E os professores existem somente para repassar seu conhecimento, de forma hierárquica, e sem liberdade para que seus alunos o ajudem nas construções de soluções para os problemas escolares?
Podemos perceber que a resposta para as duas questões definem a ideia de cultura maker na educação.
Neste sentido, a cultura maker na educação promove a integração do professor e do aluno, numa gestão de atividades conjunta, onde os alunos participam, e, como o próprio conceito prega, colocam a mão na massa para buscarem soluções junto a seus professores.
Um dos pilares da cultura maker é a autonomia sobre as coisas e sobre as ações. Por conta disso é que ela tende a ser tão saudável e produtiva na educação, pois incentiva alunos e professores a tentarem construir soluções e conhecimentos a partir da ideia de colocar a mão na massa.
Dentro do ensino infantil, esse conceito tem uma função ainda mais importante que é incentivar crianças a construírem linhas de raciocínio, a pensarem de forma lógica e a usarem a criatividade para gerar benefícios nas suas experiências pedagógicas.
Neste sentido, a cultura maker é abraçada pela ideia de metodologias ativas do conhecimento, conceito que prega uma mudança de postura no processo de ensino e de aprendizagem.
As metodologias ativas servem para colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem, tornando-o protagonista de sua jornada pedagógica. O aluno deixa de ser um mero coadjuvante na experiência escolar, e deixa de ser uma figura passiva, que somente observa e escuta o professor falar.
Já o professor deixa de ser o único detentor do conhecimento e passa a dividir com os alunos a experiência pedagógica como um todo. Ele passa a intermediar o processo, a orientar e a auxiliar o aluno a construir a sua própria jornada de aprendizado.
Os pilares da cultura maker quando transportados para a sala de aula apresentam uma séries de vantagens e benefícios que podemos destacar:
Um dos elementos essenciais da cultura maker na educação é o desenvolvimento da autonomia dos alunos e das pessoas. É muito importante que crianças aprendam desde cedo a serem autônomas, a ajudarem a criar as soluções para os problemas que se apresentam no mundo, mesmo que estas sejam inicialmente questões mais inocentes.
O desenvolvimento da autonomia carrega junto algumas habilidades fundamentais como o desenvolvimento do senso crítico, da lógica, da construção argumentativa, da responsabilidade e do empoderamento. Todos estes elementos juntos auxiliam muito o crescimento contínuo da jornada pedagógica de um aluno.
Vimos que um dos pilares das metodologias ativas é o de tornar o aluno protagonista de sua jornada de ensino e de aprendizado.
Pois bem, este é um dos grandes benefícios da cultura maker na educação, ela promove o protagonismo dos estudantes, ela entrega para os alunos as chaves para a busca do conhecimento, do saber e das soluções para os problemas apresentados.
A cultura maker na educação prega a liberdade para criar, para colocar a mão na massa e para fazer, fazer e fazer, dentro do sistema de tentar e errar, porque errar é humano.
Nesse sentido, é função do educador estimular e incentivar o aluno a criar, a utilizar a criatividade para gerar conhecimento e para explorar e dar forma a todas as ideias apresentadas pelos alunos no dia a dia.
Podemos perceber a liberdade para criar tomando forma quando professores apresentam questões, problemas ou desafios e incentivar os alunos a colaborativamente explorarem todas as possibilidades, através do uso criativo e da autonomia da criação.
Outro benefício da cultura maker na educação é a possibilidade do professor se transformar, se reconfigurar e explorar novas possibilidades de existência. Uma das grandes críticas e questionamentos feitos por professores durante estas últimas décadas era voltada para o caráter engessado, atrasado e inflexível da arte de educar.
Nesse sentido, as metodologias ativas e a cultura maker oferecem possibilidades para que o professor se aperfeiçoe, para que ele se transforme e busque novos significados e possibilidades para o seu tão essencial trabalho pedagógico.
O professor aqui se transforma em orientador, em auxiliar, em um facilitador.
Como uma das bases da cultura maker é o foco em criatividade e autonomia, então podemos ver como vantagem a possibilidade de professores adaptarem a todo instante os elementos da cultura maker na educação para grupos específicos, para o ensino infantil, para o ensino especial, para todos os tipos de possibilidade.
Isso otimiza o processo pedagógico, tendo muito mais chances de desenvolver de modo correto as habilidades de grupos particulares, criando gerações com habilidades melhores desenvolvidas, como foco, criatividade, responsabilidade, autonomia, dentre outras.
Professores e educadores podem aplicar de diversas maneiras a cultura maker na sala de aula. Podemos destacar algumas.
Sim, esta é uma das formas básicas e mais estratégicas para se aplicar os princípios da cultura maker na sala de aula.
Ao invés de separar as disciplinas e trabalhar os significados delas em separado, porque não integrar elas em aulas mais abrangentes, plurais e atraentes?
O educador pode conectar esses conhecimentos e construir uma experiência muito maior de pedagogia, oferecendo novas possibilidades para os alunos, que certamente irão se engajar.
Evidente que antes de colocar em prática os fundamentos da cultura maker é preciso que a escola capacite os seus professores para que eles entendam todas as características e benefícios que esse sistema de ensino apresenta para a experiência pedagógica deles e dos estudantes.
As escolas podem inovar seus projetos pedagógicos criando disciplinas que atendam as necessidades de seus alunos e que abracem a ideia da cultura maker.
Um projeto de horta colaborativa, ou uma disciplina de ciência computacional, que incentiva seus alunos a pensarem em soluções a partir das ferramentas tecnológicas ou de um computador são exemplos de como ideias diferentes das tradicionais podem contribuir muito para a cultura maker ser colocada na sala de aula.
A ideia de empreender não está ligada ao mundo adulto, de forma alguma. Professores podem incentivar seus alunos a empreenderem criativamente em prol de soluções para pequenos problemas do dia a dia.
Possibilidades como esta desenvolve em crianças habilidades como autonomia, responsabilidade, visão coletiva, senso crítico e estimula crianças a pensarem desde cedo a criar soluções inteligentes para as demandas do mundo.
Vimos aqui que a cultura maker veio para mudar nossa visão mais tradicional de mundo e de conhecimento.
Quando ela é colocada na educação as ideias ganham ainda mais força, ajudando crianças a pensarem fora da caixa e a exercerem habilidades que o ensino tradicional já não mais incentivava.
A cultura maker na educação é uma ideia em constante transformação, e como vimos, são muitas as possibilidades de prática, basta tão somente a iniciativa de ir lá e fazer.
E você, já conhecia o conceito de cultura maker na educação?