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Educação 15 min

Cultura maker na educação: O que é? Quais Vantagens? Como aplicar?

Um dos grandes desafios de professores e educadores é transformar os pilares da educação tradicional, rejuvenescendo, enriquecendo e aperfeiçoando a experiência pedagógica, sobretudo para crianças e jovens. 

Nesse sentido, a cultura maker na educação surge como um sopro de esperança, proporcionando novas abordagens de ensino e de aprendizagem.

Neste artigo vamos entender o que significa o conceito de cultura maker e qual a sua utilidade na educação de crianças e adolescentes no país. 

Vamos compreender os benefícios que essa nova abordagem pode trazer para o processo pedagógico e vamos também dar dicas de como aplicar no dia a dia de uma escola.

A cultura maker

A cultura maker pode parecer estranha para quem nunca ouviu este termo antes, porém ela dialoga com duas idéias muito famosas e que todos nós conhecemos e sabemos dar o significado. E quais seriam estas ideias?

  1. Faça você mesmo

  2.  Colocar a mão na massa.

Sim, a cultura maker parte desses dois conceitos e prega o conhecimento como resultado da experiência prática, da arte do fazer as coisas, da ideia de se colocar a mão na massa e deixar de lado, ao menos por um pequeno momento, das teorias e dos planejamentos de longo prazo.

O conceito de cultura maker então pode ser definido como aquele onde qualquer pessoa, que esteja com as ferramentas certas e que tenha algum conhecimento, consiga criar soluções próprias para os problemas que se apresentam, selam na sociedade, seja na sua casa, seja na escola.

A cultura maker na educação

A cultura maker na educação faz parte da última frase do parágrafo anterior. Ela abre espaço para que educadores, professores e alunos projetem soluções próprias para questões, problemas, reflexões e ideias surgidas no ambiente escolar, ou no universo da educação.

A cultura maker na educação nasce dessa reflexão de qual é o papel do professor e do aluno no processo pedagógico. O aluno existe só para absorver conhecimento e aprender de forma passiva através das aulas apresentadas por professores?

E os professores existem somente para repassar seu conhecimento, de forma hierárquica, e sem liberdade para que seus alunos o ajudem nas construções de soluções para os problemas escolares?

Podemos perceber que a resposta para as duas questões definem a ideia de cultura maker na educação.

Neste sentido, a cultura maker na educação promove a integração do professor e do aluno, numa gestão de atividades conjunta, onde os alunos participam, e, como o próprio conceito prega, colocam a mão na massa para buscarem soluções junto a seus professores.

A cultura maker e a autonomia

Um dos pilares da cultura maker é a autonomia sobre as coisas e sobre as ações. Por conta disso é que ela tende a ser tão saudável e produtiva na educação, pois incentiva alunos e professores a tentarem construir soluções e conhecimentos a partir da ideia de colocar a mão na massa.

Dentro do ensino infantil, esse conceito tem uma função ainda mais importante que é incentivar crianças a construírem linhas de raciocínio, a pensarem de forma lógica e a usarem a criatividade para gerar benefícios nas suas experiências pedagógicas.

A cultura maker na educação e as metodologias ativas

Neste sentido, a cultura maker é abraçada pela ideia de metodologias ativas do conhecimento, conceito que prega uma mudança de postura no processo de ensino e de aprendizagem.

As metodologias ativas servem para colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem, tornando-o protagonista de sua jornada pedagógica. O aluno deixa de ser um mero coadjuvante na experiência escolar, e deixa de ser uma figura passiva, que somente observa e escuta o professor falar.

Já o professor deixa de ser o único detentor do conhecimento e passa a dividir com os alunos a experiência pedagógica como um todo. Ele passa a intermediar o processo, a orientar e a auxiliar o aluno a construir a sua própria jornada de aprendizado.

 

Quais são as vantagens da cultura maker na educação?

Os pilares da cultura maker quando transportados para a sala de aula apresentam uma séries de vantagens e benefícios que podemos destacar:

Autonomia acima de tudo

Um dos elementos essenciais da cultura maker na educação é o desenvolvimento da autonomia dos alunos e das pessoas. É muito importante que crianças aprendam desde cedo a serem autônomas, a ajudarem a criar as soluções para os problemas que se apresentam no mundo, mesmo que estas sejam inicialmente questões mais inocentes.

O desenvolvimento da autonomia carrega junto algumas habilidades fundamentais como o desenvolvimento do senso crítico, da lógica, da construção argumentativa, da responsabilidade e do empoderamento. Todos estes elementos juntos auxiliam muito o crescimento contínuo da jornada pedagógica de um aluno.

O aluno é o protagonista

Vimos que um dos pilares das metodologias ativas é o de tornar o aluno protagonista de sua jornada de ensino e de aprendizado. 

Pois bem, este é um dos grandes benefícios da cultura maker na educação, ela promove o protagonismo dos estudantes, ela entrega para os alunos as chaves para a busca do conhecimento, do saber e das soluções para os problemas apresentados.

Liberdade para criar

A cultura maker na educação prega a liberdade para criar, para colocar a mão na massa e para fazer, fazer e fazer, dentro do sistema de tentar e errar, porque errar é humano. 

Nesse sentido, é função do educador estimular e incentivar o aluno a criar, a utilizar a criatividade para gerar conhecimento e para explorar e dar forma a todas as ideias apresentadas pelos alunos no dia a dia. 

Podemos perceber a liberdade para criar tomando forma quando professores apresentam questões, problemas ou desafios e incentivar os alunos a colaborativamente explorarem todas as possibilidades, através do uso criativo e da autonomia da criação.

Transformação do papel do professor

Outro benefício da cultura maker na educação é a possibilidade do professor se transformar, se reconfigurar e explorar novas possibilidades de existência. Uma das grandes críticas e questionamentos feitos por professores durante estas últimas décadas era voltada para o caráter engessado, atrasado e inflexível da arte de educar. 

Nesse sentido, as metodologias ativas e a cultura maker oferecem possibilidades para que o professor se aperfeiçoe, para que ele se transforme e busque novos significados e possibilidades para o seu tão essencial trabalho pedagógico.

O professor aqui se transforma em orientador, em auxiliar, em um facilitador.

Ensino adaptado às necessidades 

Como uma das bases da cultura maker é o foco em criatividade e autonomia, então podemos ver como vantagem a possibilidade de professores adaptarem a todo instante os elementos da cultura maker na educação para grupos específicos, para o ensino infantil, para o ensino especial, para todos os tipos de possibilidade.

Isso otimiza o processo pedagógico, tendo muito mais chances de desenvolver de modo correto as habilidades de grupos particulares, criando gerações com habilidades melhores desenvolvidas, como foco, criatividade, responsabilidade, autonomia, dentre outras.

Como aplicar a cultura maker na educação 

Professores e educadores podem aplicar de diversas maneiras a cultura maker na sala de aula. Podemos destacar algumas.

Integrando os assuntos do currículo escolar

Sim, esta é uma das formas básicas e mais estratégicas para se aplicar os princípios da cultura maker na sala de aula. 

Ao invés de separar as disciplinas e trabalhar os significados delas em separado, porque não integrar elas em aulas mais abrangentes, plurais e atraentes? 

O educador pode conectar esses conhecimentos e construir uma experiência muito maior de pedagogia, oferecendo novas possibilidades para os alunos, que certamente irão se engajar.

Capacitando o corpo docente

Evidente que antes de colocar em prática os fundamentos da cultura maker é preciso que a escola capacite os seus professores para que eles entendam todas as características e benefícios que esse sistema de ensino apresenta para a experiência pedagógica deles e dos estudantes.

Criando disciplinas diferentes com foco em prática e criatividade

As escolas podem inovar seus projetos pedagógicos criando disciplinas que atendam as necessidades de seus alunos e que abracem a ideia da cultura maker. 

Um projeto de horta colaborativa, ou uma disciplina de ciência computacional, que incentiva seus alunos a pensarem em soluções a partir das ferramentas tecnológicas ou de um computador são exemplos de como ideias diferentes das tradicionais podem contribuir muito para a cultura maker ser colocada na sala de aula.

Incentivar o empreendedorismo nas diferentes esferas

A ideia de empreender não está ligada ao mundo adulto, de forma alguma. Professores podem incentivar seus alunos a empreenderem criativamente em prol de soluções para pequenos problemas do dia a dia. 

Possibilidades como esta desenvolve em crianças habilidades como autonomia, responsabilidade, visão coletiva, senso crítico e estimula crianças a pensarem desde cedo a criar soluções inteligentes para as demandas do mundo.

Conclusão

Vimos aqui que a cultura maker veio para mudar nossa visão mais tradicional de mundo e de conhecimento. 

Quando ela é colocada na educação as ideias ganham ainda mais força, ajudando crianças a pensarem fora da caixa e a exercerem habilidades que o ensino tradicional já não mais incentivava.

A cultura maker na educação é uma ideia em constante transformação, e como vimos, são muitas as possibilidades de prática, basta tão somente a iniciativa de ir lá e fazer.

E você, já conhecia o conceito de cultura maker na educação?

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