Como as pessoas aprendem? Guia para hackear seu cérebro

Como as pessoas aprendem? Essa é uma das questões mais instigantes que o ser humano precisou responder. São diversos os fatores que compõem o processo de aprendizado, e são vários também os elementos que facilitam ou dificultam a experiência de aprendizagem de alguém.

Neste guia vamos entender um pouco de cada um destes processos que interferem no processo de aquisição de conhecimento de alguém. Vamos conhecer as escalas de aprendizagem e também compreender como algumas áreas de conhecimento, como a neurociência, lidam com esta pergunta. A partir dessas constatações iremos listar uma série de hábitos e dicas para que você consiga apreender de uma maneira mais eficiente.   

Como as pessoas aprendem?

São muitos os estudos e pesquisas que tentam entender como funciona o processo de aprendizado no ser humano. Seria uma característica inata de uma pessoa ou o ambiente quem vai oferecer as condições para haja o aprendizado?

O fato é que graças a muitos desses estudos que o próprio sistema pedagógico foi se modificando, criando novas metodologias de ensino, que tem mudado as perspectivas criadas em torno da relação ensino e aprendizado.

Se pensarmos no ponto de vista escolar, temos a escola tradicional, que durante séculos promoveu o sistema de aprendizado passivo, onde o professor é detentor do conhecimento e o repassa para os alunos em um processo unilateral de aprendizado.

Esse processo de transferência de conhecimento vem sendo colocado em debate, sobretudo pela inclusão de metodologias ativas de ensino e de aprendizado, que veremos mais à frente.     

Aprendizagem e a neurociência

A aprendizagem é tema de muitos estudos dentro da neurociência, que busca encontrar um padrão de ocorrência nos nossos processos mentais.

Como captamos, assimilamos e armazenamos uma nova informação?

Para a neurociência há fatores que influenciam neste processo de absorção de informações e conhecimento. Vamos ver cada uma delas logo abaixo.

Memória

O que nos leva a lembrar de informações? Segundo a neurociência, a ativação encadeada de circuitos nos ajuda a lembrar de informações que associamos a outras. 

Essa relação existe em conjunto com outros fatores, como, por exemplo, a necessidade de nos lembrar de algo;

Plasticidade cerebral

Os estímulos ambientais levam nosso cérebro a mudar constantemente. Quanto mais plástico for este estímulo, maior é a chance do cérebro adquirir conhecimento sobre algo.

Atenção

São os estímulos que recebemos e o interesse que temos das coisas que podem gerar ou não atenção. Quanto mais estímulos nós recebemos (televisão ligada, celular tocando, cachorros latindo, etc) menores são as chances de prestar atenção nas coisas.

Emoção

Por fim, as emoções criam sinapses mais fortes e estáveis, influenciando bastante no quanto podemos nos lembrar de algo.

As metodologias ativas e a aprendizagem

As chamadas metodologias ativas possuem um papel muito importante no modo como vemos a relação entre aprendizagem e ensino. 

Elas surgem a partir do momento em que o modelo tradicional de ensino é questionado, sobretudo na relação entre professor e aluno, ou seja, entre o ensinar e o aprender.

O modelo tradicional, que utiliza o professor como fonte de conhecimento e o aluno como agente passivo, é contestado e parte-se para novas abordagens de aprendizado mais eficientes e modernas.

As metodologias ativas surgem dessa necessidade e buscam transformar o aluno num agente ativo protagonista de sua jornada de aprendizado.

Aprender nesse caso é resultado de uma relação independente de busca e pesquisa por conhecimento e o professor acaba tendo o papel fundamental de promover, incentivar, mediar, orientar e auxiliar o estudante na sua jornada de aprendizado.

Pirâmide da aprendizagem

Mas como de fato as pessoas aprendem? Há alguma forma mais eficiente que outra dentro do processo de absorver novos conhecimentos?

Uma nova abordagem enriquece o tema. 

No século XX, o psiquiatra e educador William Glasser desenvolveu a Pirâmide da Aprendizagem. 

O que seria essa pirâmide?

Ela buscava compreender, de maneira objetiva, quanto aprendizado é possível conseguir a partir de determinadas ações e atividades pedagógicas e de ensino. 

A pirâmide então foi assim dividida:

1.     10%: leitura

2.     20%: escrever

3.     30%: observação

4.     50%: ver e ouvir

5.     70%: discutir 

6.     80%: praticar

7.     95%: ensinar

Desta pirâmide de aprendizagem podemos entender o seguinte:

Os quatro primeiros itens são consequências dos modelos tradicionais de ensino, o chamado método passivo, onde o aluno possui uma função secundária no processo de absorção de conhecimento. E podemos notar que estas ações são pouco efetivas e enriquecedoras.

Já os últimos itens se relacionam com a chamada metodologia ativa e indicam que a participação ativa de um aluno tende a gerar uma relação muito mais eficiente e rica de aprendizado. Assim podemos afirmar que aprendemos mais em contextos nos quais temos um papel ativo.

Dicas para aprender melhor

Já definimos que há métodos mais eficientes de aprendizado, que respondem de forma mais efetiva aquela pergunta: como as pessoas aprendem?

Por mais que o ambiente influencie, a relação com a escola e com professores também influencia, todos nós podemos ajudar no processo individual de aprendizagem. 

Essas dicas servem para garantir que o seu cérebro encontre formas mais eficazes de absorver informações e gerar conhecimento.

Utilize todos os métodos de aprendizagem

Por mais que a gente define métodos mais eficientes e outros nem tanto, é importante que cada pessoa conheça o seu perfil para encontrar o modo mais eficiente de aprender. Se o seu cérebro se adequa melhor ao formato de escutar e memorizar, então desenvolva este formato no seu processo contínuo de aprendizado.

Esteja aberto a influências externas

O processo de aprendizagem se dá tanto em sala de aula quanto no mundo, através de ferramentas como a televisão, os jornais, a internet, as conversas, a arte, dentre muitos outros fatores externos. 

Esteja sempre preparado para absorver conhecimentos vindos destas áreas e se certifique de agregar primeiro as informações para depois gerar conhecimento e aprendizados.

Seja protagonista de sua jornada de aprendizado

Tome a iniciativa de pesquisar, de se sentir curioso pelas coisas do mundo e fazer desta curiosidade uma aliada na busca de conhecimento. 

Lembre-se que todos os dias são dias aptos para que você aprenda algo importante para a sua vida.  

Os melhores hábitos que ajudam na aprendizagem

Alguns hábitos são também fundamentais para que o processo de aprendizado aconteça de forma contínua e eficiente. Podemos destacar alguns:

Pensamento crítico

O que significa ter pensamento crítico e como ele ajuda no seu modo de aprender? Bem, ser crítico significa não receber informações e conhecimentos como verdades absolutas. 

O ato de pensar criticamente é justamente o de filtrar todas as informações que você recebe no dia a dia e separar o joio do trigo, ou seja, ou que pode gerar conhecimento e aprendizado, e o que você pode descartar e colocar na lixeira. 

O ato de aprender é também o ato de escolher o que receber de informação e transformar em algo útil para a sua vida.

Tenha objetivos 

Aprender é um ato contínuo que deve ser levado até o último dia da vida de uma pessoa. 

Aprender é ter objetivos claros para a sua vida, pois a partir deles você vai conseguir gerar conhecimentos e informações necessárias para que estes objetivos sejam concretizados. 

Aprender aleatoriamente e sem objetivos é como ganhar uma Ferrari e não saber sequer ligar o carro. O aprendizado existe para que façamos dele uma parceira para que consigamos conquistar nossos objetivos de vida.

Tenha hábitos saudáveis

Ter uma vida saudável interfere na forma como você adquire conhecimento. Não há dúvidas que a vida de alguém que não consegue ter hábitos como dormir bem ou se alimentar direito é muito mais difícil do ponto de vista do aprendizado que a de alguém que segue uma vida regrada e de bem estar. 

Foque em oferecer ao seu corpo e a sua mente tudo que for necessário para que ele desenvolva bem a capacidade de aprender.

Conclusão

Como as pessoas aprendem, afinal? Depois deste guia passamos a entender que o ambiente, a sala de aula e até mesmo os hábitos de vida influenciam bastante na forma como você recebe informações e a partir daí gera conhecimento.

O processo de aprendizado envolve muitos elementos e eles estão em constante mudança, como vimos na transformação que a escola vem passando ao longo dos tempos para transformar o aluno passivo em alguém protagonista da sua jornada de aprendizado.

O ato de aprender depende de diversos fatores, e todos eles nos levam a uma jornada muito rica de conhecimento e de aprendizado.

E você, como aprende? 

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